Devaneios dirigidos


Rompendo rasuras religiosas
O inferno inexiste
Por mais insistente que seja a cultura
O inferno inexiste
Líderes de doutrinas dogmáticas gozam...
Vassalos de posto próspero pregam...
E eu? (risos) termino...

Diego Tribuzy



AO LOUCO MAIS PRÓXIMO DA VERDADE

Um louco
Sem máscara
Sem fantasia
Sem personagem
Um louco muito à vontade

Vestido
Só de realidade
Nenhuma fraude
Loucura de verdade
Marcada na pele
Exalando pelos poros
A loucura
No fundo dos olhos

Estou farto
Dos falsos bêbados
Chega
Do engodo dos cabelos
cuidadosamente desarrumados
diante dos espelhos
nítidos da mais clara vaidade
Chega dessa palhaçada!

Quero o louco
À vontade
Vestido
Só de realidade
Sem limite ao corpo
Um universo
Sem extremidade

Bruno Borja



entre o amor e a loucura

corri com mil cavalos corredores
por sobre as pradarias dogmáticas
das inverdades frias e asmáticas
globalizadas pelos mercadores

comi com mil glutões descontrolados
as máximas humanas já escritas
depredei túmulos, violei criptas
dialoguei com seres abortados

na busca da verdade absoluta
achei, enfim em quem acreditar
em meu peito finquei um altar
e dediquei-lhe toda minha luta

crucifiquei-me dentro dos vitrais
depositei-lhe toda arte pura
e, em permuta, ganhei a loucura
que me acompanha desde os ancestrais

Gárgula



Excitação

Estava numa destas cidades Sempre
tipo a Big Apple, ou México City
sempre alguma coisa está para acontecer
ou que já tenha acontecido
que nem deu para perceber
coisas que nem mais se lembre
nem mais você as cite

O Rio de Janeiro é uma cidade Sempre
de uma paisagem que agride durante o sol até o anoitecer
ou que já tenha de novo amanhecido
que nem deu para responder
ao seu pedido de sempre:
me Excite! me Excite!

Rodiney da Silva e S. Jr.



Silêncio

Escute o vão
O silêncio
O calar do som
Um contra-anseio peralta
O branco nas pautas
E suas infindas pausas
Insuflação divina à arte
O vazio em alarde
Que se parte....
No ranger dos dentes;
No pulsar dos corpos;
No querer de um povo;
No erigir da vida ou no esvair da tez
Insistes em não se exibir silêncio
Pois há de existir
No não ouvir da surdez

Marcelo Felippe

1 Comments:

At março 22, 2006 7:06 PM, Blogger Fernanda Antoun said...

Lili, a Palavril agradece de boca.., ou melhor, de letra cheia as tuas observações!!
O grande mérito de toda revista é, sem sombra de dúvidas, seu conteudo.
No q te for possível, ajude a divulgar essa idéia!

alex topini

 

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