Dúbio funk off do mundo
Por Diego Tribuzy

Tum tá tá tum tum tá
Tum tá tá tum tum tá

“Biológico pensante
Organismo atuante...”


Estava eu vendendo livretos num sábado nublado no centro da cidade, quando fui encontrar um amigo no sesc tijuca. Chegando lá sou convocado:
- Vâmo lá na parada do Cataldo?
- Parada do Cataldo? Respondo eu sem saber que estava prestes a participar de uma experiência no mínimo diferente.
- É, doidão, o funk progressivo.

Esse era o dia da estréia da Instalação Poética com Funk Progressivo, que faz parte das apresentações anuais do Centro de Estudo e Experimentações Artísticas da Ana Kfuri. Chegamos lá um pouco atrasados e já fomos chamados a falar no microfone. Fui e recitei Aquela velha estória sobre não saber quem sou (leia na edição passada), achando que era normal todos falarem poesias na pausa do espetáculo (espetáculo?), mas percebi ao longo do tempo que ninguém se mexia na platéia (platéia?).
Eu que esperava encontrar um Cataldo no palco, encontrei três, além do verdadeiro, os também originais Aborígene letrado (melhor pseudônimo da atualidade) e Danny Boy, tocando o rebú naquela minúscula arena do sesc tijuca, conhecida como teatro dois, mas que se fez perfeita para a instalação.
Obviamente que se tratando de texto e direção de Felipe Cataldo há bastante exagero, mas sinceramente, me surpreendi com a bagunça. Cataldo e seus comparsas souberam mesclar os momentos musicais e tem bastante presença de palco. O que me deixou perplexo foi a tensão que o espetáculo, que supostamente conta com a participação do público, causa no mesmo. A conclusão que cheguei é que o público se sente preso de tão livre que é a proposta. Eu mesmo que cheguei recitando mal conseguia me mexer depois.
Na semana seguinte fui e filmei para o rapaz e me deparei com uma novidade interessantíssima, Melissa Coelho pintando um quadro simultaneamente ao acontecido, obtendo um resultado muito bom.
Infelizmente quando essa matéria sair na palavril (se sair) o funk progressivo não estará mais em cartaz, mas...



Ô ô ô ô ô
Abram passagem
que o Cataldo estreô
e agora ninguém segura.
Demorô formar o bonde da literatura (cênica).


* Diego Tribuzy é músico, ator e poeta.

3 Comments:

At julho 14, 2006 12:42 AM, Anonymous Anônimo said...

Só podia sair da cabeça do Cataldo...

 
At julho 17, 2006 4:21 PM, Blogger Sem Cascas.blogspot.com said...

CATALDO NÃO SAI!
SÓ ENTRA PELAS ESTRANHAS ENTRANHAS!
PODER ASSUMIDO É PODER POSITIVO!
CATALDOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!

 
At julho 23, 2006 3:42 PM, Anonymous Anônimo said...

Lamento que eu não possa ter estado lá

 

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