poesia



CENA DO DESTINO
Um vício
ao meu redor
um erro corroí
o mundo
do outro lado incomunicável.
A paisagem atrás da noite.
Segredos.
Almandrade

Elegia para uma ilusão
era noite aquele dia
era tudo fantasia
e aquele tudo era nada era uma via proibida
era abismo aquela estrada
era uma escada caída era uma porta fechada
de alguma casa vazia
sem entrada nem saída
era uma bela cilada
era uma era sombria
onde a morte adia a vida
era a zona era a espelunca
era o que era quase sempre
e sempre era aquele nunca
era uma mera miragem
quimera sonho talvez
mentira conto de fadas
era uma vez outra vez
Cairo Trindade

Belleza helada

La suma del mal es el bien...
La resta del bien es el mal...
Hay bien y mal en el camal
De Dios, que perdona también;

Una multiplicación ser.
Hora, no mirar, división.
Tonar una mala canción;
No amar, desaparecer.

Tú, lentitud de caminar
Amordazar, tiempo, azar
No pensar, jamás, volumen.

Célula del corcho sentir
Belleza helada, lumen
Atolondrar fin y vivir.

Salomon Valderrama - Peru

Irreversível

Mesmo que o amanhã surja malogrado
Fruto do aborto do parto iminente
Ou que o premeditado seja concebido em proveta
E a palavra desapareça embargada
Mesmo que a percepção permaneça extraviada
E a bagagem seja meu corpo vazio
Mesmo que o tempo passe a fazer ninhos
Em árvores de penas estagnadas
Mesmo que a noite se torne ínfima
E meus pensamentos embaracem cabelos
Mesmo que as ladeiras percorram desertos
Por trilhos que me escondem atalhos
Mesmo que a fumaça não seja ouvida
E o vapor seja a lágrima das crianças
Mesmo que os dedos enforquem estrofes
E o silêncio realce os acordes.

Ainda que o traço copie o borrado
E os rascunhos já nasçam refeitos
De dentro dos teus olhos mouros
Pude existir no intervalo da tua vontade.

David Cohen



Estas semanas
Que parecem não terminar nunca
Se acumulam.
E eu esqueço
De cumprir minhas promessas
Que se acumulam.
Eu recomeço
O tudo que fica para trás
E me despeço.
Imaginando
Os olhos das pessoas que ainda
Não conheço.

Thiago Oliveira do Nascimento



FUNDO VAZIO

Pobre menino
Malvestido maltrapilho
No mundo mais sozinho
Que cachorro vira-lata

Pobre menino
Sem família sem amigos
Sem carinho escola abrigo
Sem direito algum a casa

Pobre menino
Sem futuro sem caminho
Que se espicha num banco
Da praça que flutua

Pobre menino
Cujo tempo é pequenino
Cujo brilho é fugidio
Cuja mente vive crua

Marcelo Ricardo

3 Comments:

At agosto 03, 2006 5:02 PM, Anonymous Anônimo said...

Bonito poema irreversível.

 
At fevereiro 15, 2007 11:14 AM, Anonymous Anônimo said...

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At abril 24, 2007 6:08 PM, Anonymous Anônimo said...

best regards, nice info » » »

 

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